O senador Esperidião Amin (PP-SC) fez duras críticas ao Inquérito 4.781 do Supremo Tribunal Federal (STF) durante um pronunciamento na quarta-feira, 4 de setembro. O inquérito investiga o uso de fake news e os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro. Amin comparou a investigação a um “processo inquisitorial”, evocando a Inquisição da Igreja Católica, que durou cerca de 600 anos.
Amin destacou que, assim como as histórias das vítimas da Inquisição foram redescobertas, os métodos utilizados no inquérito 4.781 também serão revelados. Ele expressou preocupação com a falta de transparência e as ações tomadas sem a devida investigação, sugerindo que uma revisão será inevitável.
O senador afirmou que, mais cedo ou mais tarde, será possível entender por que determinadas pessoas foram escolhidas como alvos do inquérito. Ele enfatizou a necessidade de esclarecer os critérios de seleção das vítimas e criticou a condução do processo.
Amin também criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender novamente as redes sociais do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e de ordenar o bloqueio de R$ 50 milhões do parlamentar. Amin expressou solidariedade a Marcos do Val, que, segundo ele, enfrenta essas restrições sem a possibilidade de recorrer ao Judiciário.
O senador classificou a situação como um ato de despotismo, afirmando que submeter alguém à perda de sua condição de sobrevivência para dominá-lo é um comportamento inaceitável. Ele acusou o processo de destruir a cidadania no Brasil e defendeu que a saga merece ser investigada, mesmo após seu encerramento.
Amin revelou que é testemunha de defesa em um processo que tramita no Senado contra Marcos do Val. Ele afirmou que, embora não tenha sido solicitado, decidiu testemunhar após tomar conhecimento do caso, reforçando seu compromisso com a justiça e a transparência.
O pronunciamento de Amin reflete uma crescente preocupação entre alguns parlamentares sobre a condução do inquérito das fake news e suas implicações para a liberdade de expressão e os direitos civis no Brasil. A crítica ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes destaca as tensões entre diferentes poderes e a necessidade de um debate mais amplo sobre os limites das investigações judiciais.
A Agência Senado, responsável pela divulgação do pronunciamento, permite a reprodução do conteúdo desde que citada como fonte, garantindo a disseminação das informações e o acesso público ao debate político em curso.