Reunião pretende aproximar o presidente com parte da Frente Parlamentar evangélica, uma das mais atuantes bancadas do Congresso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja um encontro com parlamentares evangélicos no início deste ano, relataram integrantes do governo à CNN.
A reunião, cujo formato ainda está sendo estudado, pretende aproximar o presidente com parte da Frente Parlamentar evangélica, uma das mais atuantes bancadas do Congresso.
Deputados e senadores vistos como mais “moderados” começaram a ser sondados e parte já indicou que irá comparecer, de acordo com relatos de líderes evangélicos.
A articulação está sendo capitaneada pelos ministros palacianos Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secom), além de Jorge Messias (Advocacia-geral da União).
A ideia é que o encontro possa ocorrer na retomada dos trabalhos legislativos.
O plano atende a um desejo do próprio presidente, que externou em evento do PT sobre eleições de 2024, a importância do partido se aproximar dos evangélicos.
Além disso, o Palácio do Planalto já identificou ser essencial abrir negociações com o segmento para que seja possível aprovar o PL das Fake News, elencado como prioridades pelo governo para este ano.
Como mostrou a CNN, o advogado-geral da União afirmou que fará “corpo a corpo” com os evangélicos para tentar quebrar resistências ao projeto, buscando inicialmente um diálogo com os mais “moderados”.
O movimento da oposição e do segmento religioso impediu o avanço do texto no ano passado.
Evangélicos alinhados ao bolsonarismo dizem que farão novamente força contra a proposta.
Mas as primeiras sondagens do governo mostram que há espaço para conversa com parte da bancada.
O deputado Cezinha Madureira (PSD-SP), que já foi líder da frente e se coloca como um parlamentar de direita, diz que não fará “oposição burra”.
Segundo ele, é preciso entender o projeto e atuar para que a melhor versão possível dele seja aprovada.
“O PL das Fake News sofreu muita fake news. A verdade é essa. Inclusive, é feio crente mentir e foi o que fizeram.
A oposição que algumas pessoas fizeram… Não é política sadia. Temos de dialogar. É necessária uma regulamentação das plataformas”, diz.
Cezinha afirma, inclusive, que ajudará o ministro Jorge Messias no “corpo a corpo” para aumentar o entendimento sobre o texto.